14/01/2011

RESPONSABILIDADES DO MINISTRO DE LOUVOR - I

"Porás os levitas no tabernáculo do testemunho, e sobre todos os seus utensílios, e sobre todas as coisas que lhes pertencem; eles levarão o tabernáculo e todos os seus equipamentos, e servirão nele, e acamparão ao redor do tabernáculo" (Números 1.50),
Nesta passagem podemos ver várias coisas muito interessantes, que eram de responsabilidade dos levitas.
A primeira coisa que disse Deus a Moisés foi que Ele queria os levitas, "no" tabernáculo.
É significativo para nós, ao fazermos este estudo, entendermos que o tabernáculo referia-se a esse lugar, onde habitava a presença do próprio Deus. No tempo de Moisés, o Senhor ordenou que se fizesse o tabernáculo no deserto, para que o povo pudesse realmente ver o lugar na terra onde descansava Sua presença.
De fato, a Bíblia ensina que entre as asas dos querubins no altar da aliança morava a mesma essência da presença de Deus, a glória Shekinah do próprio Deus (Êxodo 25.17-21; Salmo 99.1).
Hoje em dia, para nós, sacerdotes da Nova Aliança, o Senhor afirma que Ele já não habita em templos feitos por mãos de homens, mas que nossa própria vida vem a ser o seu templo, habitação e morada de Deus (Atos 7.48 17.24 e 1 Coríntios 6.19).
Para nós, o "tabernáculo" é qualquer lugar onde nós reco¬nhecemos a presença do Senhor. Embora seja certo que o Senhor é Onipresente, e portanto, habita em todos os lugares, não é em todas as partes que se "reconhece" e se dá um lugar para que Ele possa trabalhar com liberdade; por isso é importante que vivamos em um estado de reconhecimento constan¬te da Sua presença para que Ele nos encontre, fale conosco, trabalhe "em e através de nós" em todos os momentos.
Isto seria para nós a aplicação do estar "no" tabernáculo. Uma mente e um coração que constantemente consultam ao Senhor em tudo e para tudo.
Cabe aqui mencionar que isto não significa que sejamos seres "especiais" ou "estranhos", espiritualmente falando. Certamente você conheceu algumas dessas pessoas: sempre com a cabeça nas nuvens e parecendo estar acompanhada por seres invisíveis a você e a mim, porque mantêm conversações com estes "seres", falando coisas muito estranhas. Ou aquelas pessoas que, ao dirigir o carro na rua, de repente dizem: "Sim, Senhor, quer que mude de faixa? Farei isto com prazer, meu Deus, porque prometi servi-Lo em tudo". Esta é uma pessoa estranha, espiritualmente falando. Jesus Cristo não nos chamou para sermos pessoas estranhas ou excêntricas no nosso modo do viver. Nos chamou para sermos "extraordinariamente normais", "sobrenaturalmente naturais".
Por meio do seu Espírito que nos foi dado, podemos ser extraordinários e sobrenaturais (Atos 1.8), mas isto não signi¬fica que devemos ser místicos e estranhos. As características que Ele colocou em nossas vidas têm uma razão de ser. Precisa¬mos santificá-las e entregá-las diariamente a Ele, para que não nos tornemos estranhos.
Quando o apóstolo Paulo escreve para a Igreja em Tessalônica, dizendo "orai sem cessar" (I Tessalonicenses 5.17), ele não lhes falava que passassem o dia inteiro sem fazer mais nada, mas sim que vivessem em "atitude" constante de oração, sem negligenciar todas as outras coisas que tinham para fazer. Imagine: o esposo chega do trabalho, cansado e faminto d¬pois de um dia árduo e estressante no escritório, para encontrar-se com uma esposa de roupão, ainda sem tirar os bobes do cabelo, e sem a comida preparada. Ela diz: "Amor, eu tenho obedecido a Bíblia, que fala: "Orai sem cessar", e não tive tempo de arrumar a casa, nem cuidar das crianças, ou qualquer outra coisa, porque passei orando tempo todo, de acordo com a Palavra". Qual seria sua reação perante esta mulher?
Talvez semelhante a de todos: incredulidade e surpresa! Por que reagiríamos deste modo? Simplesmente porque é óbvio que esta mulher não entendeu que o autor não disse para estarmos sempre orando, deixando todas as outras coisas de lado, mas se referia a termos coração e espírito dispostos à oração, constantemente e em todo o tempo. A mulher que descrevo é uma "estranha espiritual" . Não se torne como ela.
Habitar "no" tabernáculo é uma atitude, um estado de espírito, um modo de viver que podemos desenvolver em nossas vidas. É possuir uma consciência constantemente sensível à presença do Espírito de Deus em tudo o que fizermos, em todos lugares que formos e em tudo que dissermos.
Esta é uma de nossas responsabilidades como salmistas, sacerdotes destes tempos. Sejamos como aquela pessoa do Salmo 34.4 "BUSQUEI ao Senhor e Ele me ouviu, e me liberou do todos os meus temores" (ênfase minha). Sempre BUSQUEMOS ao Senhor em tudo o que fizermos e em tudo que falarmos. VIVAMOS sempre "em sua presença".

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