29/12/2008

A Janela

G. W. Target, escreveu uma história intitulada "A Janela", que fala de dois homens, ambos os quais tinham ficado seriamente enfermos, e que ocuparam o mesmo quarto pequeno de um hospital.
Um dos homens ti­nha permissão de sentar-se em seu leito uma hora a cada tar­de, para drenar os fluidos de seus pulmões. Sua cama ficava ao lado da única janela do quarto. O outro homem precisava passar todo o seu tempo estendido de costas sobre o seu leito.
Os homens conversavam por horas a fio. Falavam sobre as suas esposas e famílias, seus lares, seus trabalhos, seu envolvimento no serviço militar, aonde iam nas férias. E cada tarde, quando o homem na cama perto da janela podia sentar-se, ele passava o tempo descrevendo ao seu colega de hospital todas as coisas que ele podia ver do lado de fora da janela. E o homem no outro leito começou a viver para aqueles períodos de uma hora, onde seu mundo era ampliado e reavivado por toda a atividade e cor do mundo lá fora.
A janela dava para um parque com um belo lago, dizia o homem. Patos e cisnes brincavam na água, enquanto crianças faziam velejar seus barquinhos de brinquedo. Namo­rados passavam de braços dados, em meio a flores de todas as cores do arco-íris. Grandiosas e frondosas árvores enfei­tavam a paisagem, e um excelente quadro dos arranha-céus da cidade podia ser visto à distância. Enquanto o homem perto da janela descrevia tudo isso com belos detalhes, o homem do outro lado do quarto fechava os olhos e imagina­va a cena pitoresca.
Numa tarde quente, o homem cuja cama ficava perto da janela descreveu uma parada que passava. Embora o outro homem não pudesse ouvir a banda, podia vê-la com os olhos de sua mente, enquanto que o cavalheiro perto da janela retra­tava tudo com suas palavras descritivas. Inesperadamente, um pensamento estranho entrou em sua cabeça: Por que o outro homem teria o prazer de ver tudo, enquanto eu nunca vejo qualquer coisa? Aquilo não lhe parecia justo.
Enquanto o pensamento fermentava, o homem sentia-se envergonhado a princípio. Mas conforme os dias foram pas­sando, e ele foi deixando de ver mais cenas, sua inveja roeu-o, transformou-se em ressentimento e ele se achou incapaz de dormir. Ele poderia estar perto daquela janela — esse pensa­mento agora controlava a sua vida.
Certa noite, quando ele estava olhando, desconsolado, para o teto, o homem perto da janela começou a tossir. Estava se afogando com os fluidos de seus pulmões. O outro homem ficou espiando no quarto pouco iluminado, enquanto o homem perto da janela estendeu a mão para o botão, para chamar por ajuda.
Ouvindo do outro lado do quarto, ele nunca se moveu, nunca tocou o seu botão, o que teria trazido a enfermeira cor­rendo. Em menos de cinco minutos, a tosse e o engasgo para­ram, juntamente com o som da respiração. Agora havia so­mente silêncio — um silêncio mortal.
Na manhã seguinte, a enfermeira chegou trazendo água para os seus banhos. Quando ela encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, ela ficou triste e chamou os atendentes do hospital para levá-lo embora—sem palavras, sem agitação.
Assim que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia mudar-se para a cama perto da janela. A enfermeira ficou feliz em fazer a transferência, e, depois de certificar-se de que ele estava confortável, deixou-o sozinho no quarto.
Lenta e dolorosamente ele se apoiou sobre um dos seus cotovelos para ver as coisas por si mesmo. Ele se esforçou para olhar para fora da janela ao lado da cama.
E viu somente uma parede branca.
A busca da felicidade é uma questão de escolha... É uma atitude positiva que resolvemos expressar. E é indiscutível que as nossas circunstâncias não são as coisas que nos tornam alegres. Se esperarmos que essas circunstân­cias se endireitem, nunca seremos felizes.
Visto que a busca da felicidade é uma jornada interior, é útil vermos as duas opções que se mostram dispo­níveis diante de nós.
Atitude Mental Negativa
• A necessidade de certas coisas antes que possa ha­ver alegria.
• Uma forte dependência de outras pessoas que nos provejam alegria.
• Enfocar a alegria como algo que está "lá fora", sempre no futuro... esperando que algu­ma coisa suceda e assim tra­ga a felicidade.
Atitude Mental Positiva
• A necessidade de nada de tangível para que sejamos alegres.
• A capacidade de criar nossas próprias razões para a alegria.
• Escolhendo a alegria agora tornando-a uma busca atual... nunca esperando que todas as coisas estejam no seu lugar.
O segredo está em nossa atitude mental—nas coisas sobre as quais fixarmos as nossas mentes.
Lembre-se: Mais cedo do que percebemos, todos nós estaremos olhan­do por aquela janela, para a parede em branco. Desde já precisamos exercitar essa atitude mental positiva para experimentarmos a felicidade, independente das circunstâncias. É como o Apóstolo Paulo ensinou a igreja de Filipos:
"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco." Filipenses 4.8, 9
Rev. José Carlos Bertoni

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